segunda-feira, julho 18, 2011

O fim de uma era?!

Nas aulas de História durante o ginásio (é, to antiga e não sei o que é ensino fundamental, essas nomenclaturas novas), lembro de estudar os períodos e ainda ter de colocá-los em uma cartolina em forma de linha do tempo...quem estudou no velho Anglo de Rio Preto, vai se lembrar da professora Magda. E foi esta imagem que me veio na última sexta-feira...uma era de 30 anos se encerrava, com apogeu de uns, queda de outros, hino e tudo o que se deve ter.

É a queda daquela rua que quase não passava carros, onde me sentia segura brincando até de madrugada, daquele corrimão da escada que parecia tão alto e levar bronca ao escorrega-lo valia a pena pela adrenalina que causava. A queda do relógio que eu ficava fitando os segundos até bater 15 horas para que minha mãe me liberasse para a piscina após o almoço, a fim de evitar uma congestão. A queda da esquina onde tomei trote ao entrar na faculdade, do quarto onde sonhei e sofri com meu primeiro amor, e depois com muitos outros...até hoje...da antiga sala de som que tinha almofadas retangulares, que empilhadas se transformavam em um túnel que divertia a mim e a meus sobrinhos mais velhos.

Sendo assim veio o apogeu do bairro, cheio de clínicas, restaurantes e estabelecimentos comerciais de alta qualidade...do movimento nas ruas, todas monitoradas pela irritante zona azul, e ensaiando um início de trânsito. Veio o apogeu da maturidade da família, onde cada um tem a sua casa própria, e meus pais enfim poderão cuidar da vida deles, sem ter filhos, parentes e agregados tomando conta daquela antiga "casa da mãe Iraí"...apesar que tenho a impressão de que, seja onde for, isso não acabará por completo jamais...

E o hino que tocava era dos meus passos que ecoavam em um silêncio ensurdecedor enquanto transitava por entre os cômodos daquele lugar que já teve tanta vida, tantos móveis, tantas vozes, tanto amor. As lágrimas escorriam na minha face, a sensação era de uma guerreira voltando ao seu forte e encontrando-o destruído, eu era Scarlett O'hara voltando à Tara após a guerra, o personagem de Tom Cruise em Vanilla Sky encarando Times Square vazia.

Mesmo que com 2 anos de idade, eu "construí" aquilo ali...e mesmo tendo saído com 16 anos, nunca deixou de ser meu quartel general, meu endereço que nunca mudou, meu porto seguro. Viajei pelos sete mares, mas sempre foi naquela esquina da Redentora onde preservei o meu maior tesouro, minhas melhores lembranças, minha gente, minha casa, meu lar. E neste último ano, em que voltei, pude me despedir melhor...curtir um pouco mais antes de encerrar esta era.

Minha vida particularmente teve outros tantos marcos, e mudanças, e casas...mas defini esta como uma era pela abrangência de influência que ela teve, não foi só a minha vida, e sim de toda a família, agregados, amigos, parentes, conhecidos...já ouvi diversas vezes na rua ao conhecer alguém: "nossa, já estive em uma festa na sua casa!"...ah, se aquelas paredes falassem...mas não soltam uma palavra sequer, e desde sexta-feira se encontram mais caladas do que nunca.

Aos prantos na terapia tudo ficou mais claro, esta sensação de perda é simbólica, sobre um tempo que não volta mais. A casa ainda é nossa, meus pais e minha avó estarão bem melhores na chácara, e eu no meu apartamento que está ficando uma graça, e as memórias para sempre estarão comigo. Foi uma era próspera, feliz, marcada por grandes momentos, altos e baixos, mas sempre regida por muito amor. E que venha a próxima...quem sabe será o início de uma era realmente construída por mim? De tijolo em tijolo é onde espero chegar...a um lar tão marcante como este.


quarta-feira, julho 13, 2011

Eu voltei......agora pra ficar ?!

Depois de um longo e tenebroso inverno...ops...nem longo, nem tenebroso, afinal passei um mês em lugares bem quentes, e voltei à minha terra onde o frio faz pequenas aparições esporádicas e de baixa intensidade...mas ok, é uma metáfora, e não diz respeito a meteorologia, e sim ao distanciamento que eu estava aqui do blog, e de muitas outras coisas. E a razão de tudo pode soar vergonhosa, mas foi por pura preguiça. Sim, eu estava com preguiça de escrever....e de "otras cositas más"...
E então eu me questiono como posso ter voltado de férias maravilhosas, que duraram quase um mês, e já estar com preguiça? E percebo que a preguiça tomou conta de mim justamente no momento em que o avião pousou por aqui. Ah, que preguiça da bagunça de Cumbica e do descaso da TAM, que me cobrou excesso de bagagem e não embarcou a dita cuja, preguiça de chegar e encontrar algumas mesmices, de enfrentar pontadas de inveja, de explicar o óbvio, de abafar sentimentos, de fingir não ouvir, de chacoalhar os fúteis, de pagar impostos que nada retornam, de engolir seco, de sufocar o grito........preguiça da realidade!
Não estou reclamando da vida, nem do Brasil, ou de Rio Preto...não sou de procurar culpa não, já morei em outros lugares e sei que o sentimento para mim sempre foi o mesmo em qualquer canto, é inerente ao ser humano...ou pelo menos à minha pessoa! É inevitável que quando saímos do caixote em que vivemos temos uma outra perspectiva dele, olhamos outros e questionamos se o que achávamos bom é realmente o melhor que podemos fazer....em todos os aspectos. Mas em contrapartida também reconhecemos o que temos, e aprendemos a dar valor.
Ou seja, toda esta "preguiça" é recompensada pelo abraço que recebi dos meus pais no aeroporto, ansiosos com olhos marejados e as vozes engasgadas de saudade...com a reação da minha avó, que mesmo sem lembrar meu nome por causa do Alzheimer, mostrou que sentiu minha falta ao dizer com um sorriso tranquilo "ufa, achei que você não ia voltar"...com as sobrinhas penduradas no pescoço, os irmãos ávidos por saberem tudo que passei sem suas devidas supervisões, a Nice me esperando com strogonoff e bolo de chocolate, e a sensacional corrida para todos os lados da casa seguida de lambidas do Johnnie...com o carinho dos amigos reais através de demonstrações virtuais e presenciais, com minha mesa no trabalho me esperando em um novo layout, com meu apartamento inacabado aguardando minhas decisões, com meu carro empoeirado na garagem. Tudo isso pode não parecer o melhor na perspectiva de quem olha de fora, mas para mim é o melhor da vida, por ser real...e por ser meu, frutos de minhas conquistas.
A preguiça para algumas coisas continuam...e não acho ruim, acho que haverão coisas que terei preguiça sempre, é meu pecado capital confesso...e acho bom ter esta "preguiça" de valores que não aceito, acho bom questionar, acho bom enxergar, acho bom sair e reciclar, acho bom não me acomodar, acho bom escolher em que lado ficar, acho bom lutar, e se preciso mudar, e...ahhhhhh como acho bom viajar............e sempre que volto, mesmo cheia de preguiça, concluo o quanto é bom...ter para onde voltar!

segunda-feira, julho 11, 2011

Singapore at Night

A primeira noite não consegui sair de casa devido ao jet lag...não tinha forças...mas na segunda noite já quis sair para jantar...nada de balada, na verdade nada de balada durante toda a viagem, não tava nesse ritmo...mas sair para jantar sempre será um dos meus passeios prediletos, ainda mais em viagens né?

E nesta segunda noite fui parar em um restaurante mexicano...aaaaaaaa como me encanta los tacos, burritos, chili, las quesadillas y el Mojitoooooo. Enfim, o restaurante fica em um complexo de bares e baladas, chamado Clarke Quay (http://www.clarkequay.com.sg)...muito bacana....e lotado, como tudo na Ásia...haja lugar para tanta população !!!

Comemos no mexicano por vontade de variar e comer algo que nos agradava...mas o que chamou a atenção mesmo foi um restaurante que eu já ouvido falar na internet e nem tinha me ligado que era em Singa...o "The Clinic" (http://theclinic.sg/) que é um restaurante temático de hospital...ou seja, você senta em cadeiras de rodas ou em camas de hospital, acima da sua cabeça estão "lustres" iguais às luzes de um centro cirúrgico, são servidas bebidas em seringas e em bolsas de soros...tem gosto para tudo, mas achei um tanto quanto macabro, sei lá...não gosto do ambiente hospitalar, definitivamente!

Além disto, para nós Brasileiros, sempre bom saber que lá em Clarke Quay também tem uma churrascaria tipo Brasileira (http://www.senorsantos.com/), olha que maravilha! Tudo bem que o nome é em espanhol, Señor Santos, e sabemos que nunca será a mesma coisa que nos deliciarmos com um rodízio tupiniquim, mas é sempre uma boa opção para matar um pouco a saudade de casa.

No sábado fomos jantar no restaurante Ku de Ta (http://www.kudeta.com.sg/), que fica no topo do hotel Marina Sands Bay (o da piscina), ou seja, dispensa maiores comentários...um arraso! A começar pela vista lá de cima...estonteante! E o ambiente é bacana, a comida boa, e depois fica um DJ e aquele esquema lounge...perfeito para um sábado a noite!

Após nosso giro em Bali, Tailândia e Malásia...voltamos a Singa e para curtir minha última noite, fomos ao Raffles Hotel (http://www.raffles.com/EN_RA/Property/RHS/), que é luxuoso e belíssimo !!! A primeira parada foi no Long Bar, que todos recomendam por ter sido o "pai" do famoso drink local, o Singapore Sling. Confesso que não gostei do bar, ele é mais rústico, bacana a decoração, mas é estranho um hotel tão luxuoso ter um bar em que o chão está lotaaaaaado de cascas de amendoim. Juro, parecia filme do Indiana Jones quando ele pisa em insetos e assusta para ver o que era...éramos nós com os amendoins, achei sem noção. Sem contar a música, ao vivo, que era bem devagar...entramos e tocava "Unforgettable"...linda, mas não condiz com o tipo do bar e muito menos com o "mood" que estávamos. Achei muito contraste a música, os amendoins, a decoração e o público...não ficamos, descemos para o bar aberto do hotel, o Courtyard, cujo visual era muito mais lindo e a champagne rosé deliciosa...rs masssss a cozinha já havia fechado, então partimos para comer em outro lugar, atravessando a rua.

E chegamos a mais um complexo de restaurantes, bares e opções para a noite em Singa, o Chijmes (http://www.chijmes.com.sg/) ...e pasmem, o que chama atenção no visual a noite é a iluminação de uma igreja católica, coisa raríssima...e era antigamente um convento! E lá tem diversas opções para jantar, optamos por um restaurante que oferecia de tudo um pouco, comi uma massa muito boa e tomei um Mojito para despedir...de repente vejo uma baladinha, um inferninho com música ao vivo, enquanto o pessoal pedia a conta resolvi entrar e conferir, era de graça...fiquei exatos 18 segundos lá dentro...ahahahaha não adianta, o público local não me empolga...eeeeeee saudade do povo Brasileiro!

sexta-feira, julho 01, 2011

Entertainment City

Sábado de manhã chuvoso em Cingapura...enquanto uma foi para o Jardim Botânico fazer curso de orquídeas, eu e a Re Diniz partimos para um mundo de fantasia...é, acho que este é o nome mais adequado para definir Sentosa, uma Disney/Las Vegas "wannabe" de Cingapura.

Para chegar até lá, adivinhem? Você tem que ir a um........shopping ! Ô povo que gosta de shopping center....nunca vi ! Fomos de táxi até o tal Vivo City e seguimos as placas internas que levariam à Sentosa...sendo que há 2 opções para cruzar a ponte: monorail ou a pé (quer dizer, por esteiras rolantes). Ah, tem outra opção também que é um bondinho gigante, mas custava mais, demorava mais e sinceramente dava um pouco de medo...vamos ser objetivos e menos preguiçosos...a tal ponte cheia de esteiras rolantes é o melhor caminho!

Do outro lado a minha sensação era de estar nos Estados Unidos! É cobrado 1 dólar singaporiano para entrar no complexo...ou o bilhete do metrô. Aí você vai a um totem que disponibiliza mapinhas em diversas línguas para se localizar e planejar sua visita. De praia artificial a Universal Studios, passando por um cassino, hard rock cafe e hotel, e ainda um shopping de luxo que possui a única Victoria's Secret fora dos EUA e Canadá. O que mais posso querer??

Ah posso querer mais sim...tipo um mar menos oleoso com frequentadores mais bonitos e que usem roupas de banho....sim, porque a água do mar é horrível, e as pessoas entram de roupa, até de burca! Além da beleza ter passado longe por ali...judiação, mas é verdade! Outra coisa que senti falta é que a Victoria's Secret não tem os preços a que estamos acostumados nos EUA, além de não vender soutien !!! Ok, as orientais podem não precisar, mas é um ponto turístico e deveria atender o público de fora que tem peito né? ahahahaha fiquei frustrada!

No final da viagem voltamos para curtir o dia no Universal Studios, vale muito a pena, principalmente para uma rollercoaster addicted como eu. Me esbaldei na montanha russa indoor da Múmia (com efeitos especiais, sensacional, como a de Orlando!), e nas duas da Galactica...bom demais! Além disso o visual é lindo, principalmente o cenário do Far Far Away do Shrek, como eu amo este ogro eu me deliciei, além do filme 4D que é uma graça!

Enfim, Sentosa vale muito a pena...a sensação é de estar nos EUA mesmo, o que eu particularmente adoooooooro !!!